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Alguém conseguiu descrever os múltiplos universos da alma…

Por: Redatoria - Publicação: 12 de julho de 2013
Alguém conseguiu descrever os múltiplos universos da alma…

O livro do Desassossego é uma das maiores obras do quase desconhecido heterônimo de Fernando Pessoa, Bernardo Soares. Desassossego é a expressão que designa a inquietação permanente, a perturbação, o desequilíbrio de todas as formas e sentidos, a nitidez exposta, talvez, da intranquilidade da própria vida, esta sempre inclassificável. Uma obra feita de aforismos, citações, reflexões, pequenas epifanias, assim se compreende (se isto for realmente possível) a escrita deslocada e fragmentada de Bernardo Soares.  Nesta obra, o que encontramos são estilhaços de linguagem, sempre inacabados, exposição de ideias que se contradizem, uma desarrumação que se manifesta na própria composição que não se pretende unitária, pelo contrário a desorganização é a própria essência desse não-livro. Um não-livro caracteriza uma obra que não encontra par, ela é feita para os inquietos por natureza, composta de paisagens fragmentadas, de excessos e simplicidades, enfim, um livro que não cabe em uma explicação, um livro que não cabe numa biblioteca, mas que cabe em todos os cantos da alma. “Sim, a Arte que mora na mesma rua que a Vida, porém num lugar diferente, a Arte que alivia da vida sem aliviar de viver, que é tão monótona como a mesma vida, só que em lugar diferente.” Bernardo Soares.

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