Aceitado ou aceito? Entenda este e outros dilemas do particípio
As discussões a respeito das formas e usos de nossa língua se estendem em polêmicas e causam muitas dúvidas na hora de usar norma culta do nosso idioma. Uma delas é a conjugação dos verbos terminados em ADO e IDO, que expressam uma ideia de ação passada, transcorrida. Afinal, o que está correto: “Ele tinha chego” ou “Ele tinha chegado”? De acordo com a gramática, as conjugações dos verbos irregulares abundantes apresentam mais de uma forma de conjugação equivalente para o mesmo tempo e pessoa. No caso da conjugação no particípio, o correto é utilizar “Ele tinha chegado”, pois chegar não se caracteriza como um verbo abundante, ou seja, não é possível conjugar o verbo nas duas formas no particípio.
A confusão acontece porque existem outros verbos irregulares que aceitam duas formas de conjugação como o verbo “aceitar”, caracterizado como abundante, que aceita construções como “Ele tinha aceitado o convite” e “Ele tinha aceito o convite”. Neste momento, nosso falante acaba conjugando os verbos “chegar”, “empregar” e “trazer” nas duas formas porque faz uma analogia com os outros verbos que aceitam duplas construções no particípio. Veja outras dicas de quando usar a forma regular (aquela terminada em ‘ado’, ‘edo’ ou ‘ido’) e quando empregar a forma anômala (a irregular): – Diante dos verbos auxiliares “ter” ou “haver”, devemos usar a forma regular, constituída da terminação “ado” ou “ido”. Observe o exemplo: “Os alunos tinham entregado o trabalho em tempo hábil.” – Diante dos verbos auxiliares “ser” ou “estar”, devemos fazer uso da forma irregular. Eis o enunciado a seguir: “Os trabalhos foram entregues em tempo hábil.”
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.