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Dia Internacional da Mulher

Por: Redatoria - Publicação: 7 de março de 2015
Dia Internacional da Mulher

É fato que o Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, virou motivo para a divulgação de empresas que pretendem homenagear o público feminino. Na data, todos aproveitam para prestigiar a mãe, a filha, a namorada, a esposa, com o objetivo de fortalecer sua marca e mostrar engajamento na causa feminista, mas o que se vê na mídia brasileira, em sua maioria, é uma série de equívocos notáveis. Desde a propaganda de absorventes até as campanhas de cerveja, todas buscam celebrar o dia marcando sua fatia no mercado consumidor destinado às mulheres. O que acontece é que muitas empresas não compreendem o que é ser mulher e o que significa o feminismo. Apesar de reconhecermos que não existe apenas um tipo de feminismo, é consenso que os erros que vêm sendo cometidos não podem continuar. Novamente, o que vemos é uma série de campanhas que querem ditar qual é o comportamento da mulher, qual é a mulher perfeita, o que é uma mulher do século XXI, mas poucos têm conseguido alcançar, de fato, o público almejado. Será que é uma tarefa tão difícil homenagear a mulher sem ser machista ou misógino? O que é preciso ter em mente é a desconstrução da imagem estereotipada da mulher. Buscar a representação dela como uma pessoa completa, um sujeito atuante, não como um corpo-objeto e passivo. Desmitificar a imagem da mulher, que é maravilhosa porque consegue conciliar o trabalho fora de casa com as tarefas domésticas e ainda se manter linda apesar de dias exaustivos. Desmitificar a imagem da mulher como um ser feito para a bondade, para a maternidade e para o matrimônio. Desmitificar a imagem da mulher como objeto sexual, corpo sem espírito, e começar a protagonizar nas campanhas mulheres reais. Ou seja, mulheres com todos os seus defeitos e qualidades, limitações e superações. Difícil nos enxergar como seres humanos? Lutamos, não só no dia 8 de março para sermos lembradas, mas, todos os dias lutamos para sermos reconhecidas e protagonistas de nossa própria história. Queremos que as relações sexuais sejam libertadoras, fora das amarras heteronormativas e das fantasias industrializadas, que pregam a submissão e humilhação da mulher. Que as relações de amizade ou amorosas entre homens e mulheres possam ser plenas, sem hierarquias previamente determinadas. Que a mulher possa ser ela mesma e o homem possa ser ele mesmo, que os dois possam falar a mesma língua. Nesse contexto, cabe aos profissionais de comunicação estar atentos aos debates acerca do assunto – que pipocam incessantemente na timeline -, à realidade da mulher em nosso próprio dia a dia, às reinvindicações que o feminismo não cansa de fazer ao longo dos anos, para poder orientar pedidos equivocados de campanhas desacertadas em homenagem às mulheres. Não se trata de guerra dos sexos, e sim, de liberdade para todos.

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